Sobre Nós

A Igreja de Santo Ildefonso, matriz de Almodôvar, é um edifício monumental, erguido em finais do século XVI. Veio substituir um tempo primitivo, que pertenceu ao padroado real, e que D. Dinis doou à Ordem de Santiago em 1297. Esta origem remota permite entender melhor a dedicação a Santo Ildefonso, santo hispânico do período visigótico, cujo antigo culto poderá ter sido recuperado para ajudar a integrar as populações no quadro territorial pós-reconquista. A ruína do edifício original terá levado à reconstrução, cujo projecto ficou a cargo do arquitecto régio Nicolau de Frias, embora tenha sido terminado pelo pedreiro Domingos Moreira, a partir de 1592.

A igreja, embora construída no final de Quinhentos, revela muitas soluções arquitectónicas típicas de meados do século. É uma igreja-salão, tipologia comum aos templos alentejanos da época, composta por três naves abobadadas à mesma altura, apoiadas em seis grossas colunas com severos capitéis toscanos. A capela-mor quinhentista foi mandada demolir por D. João V, em 1747, por se encontrar arruinada, e não ser considerada suficientemente imponente para o templo. A nova abside foi construída de imediato, com tribuna. Desta campanha barroca fazem também parte os retábulos dos altares laterais, do entalhador eborense Sebastião de Abreu do Ó.

As fachadas são austeras, sendo a principal ladeada originariamente por duas torres sineiras, uma das quais foi destruída por um raio no século XVIII. Nela estava instalado o relógio da vila, que hoje se encontra numa torre isolada, noutro ponto da vila. A torre que ainda se conserva foi igualmente atingida por um raio, desta feita em 1972, mas foi imediatamente recuperada.